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O Fim das Más Influências Digitais?

Gabriela Pugliesi

Nos últimos dias o nome da influenciadora digital Gabriela Pugliesi andou dominando os meios de comunicação e, dessa vez, nenhuma marca se interessou por patrocinar as postagens. O fato é que a expressão digital influencer é demasiadamente pretensiosa nos dias de hoje e, em geral, parte do princípio de que uma personalidade possa exercer uma forte influência sobre o comportamento de consumo das pessoas que as seguem. Parece que isso funcionou muito bem para a Pugliesi até o início da pandemia do novo coronavírus.

Vale lembrar que logo no início dessa crise, o nome da influenciadora foi associado ao começo do surto de contaminação em território brasileiro, resultado da nababesca festa de casamento da sua irmã num resort localizado na Bahia. Apesar de exercer um certo domínio sobre seus seguidores, atribuir esse feito ao clã Pugliese não parece fazer muito sentido. Afinal, é bem provável que o vírus já estava em circulação por aqui antes da aclamada festa.

No entanto, o que a influenciadora não percebeu ou subestimou foi o fato de que havia despertado um interesse adicional das pessoas, bem além da sua rotina posada para as timelines nas redes sociais. Com isso, a então aclamada promotora da vida perfeita passou a ser acompanhada de perto e, em poucas semanas, já estava envolvida numa nova e complexa confusão. Lamentavelmente, dessa vez, ela foi totalmente responsável pelos atos praticados. E, pasmem, apesar de ter sido contaminada pela COVID-19 e passado semanas postando #FiqueEmCasa, a senhora Pugliesi promoveu uma festa em sua casa para vários convidados, desrespeitando, em primeiro lugar, o seu próprio discurso e, consequentemente, todas as recomendações dos profissionais de saúde.

Em algumas horas, a vida perfeita desmoronou e, além de inúmeros insultos sobre esse desprezível comportamento, os seus vizinhos de longa data ganharam os holofotes e revelaram detalhes de uma relação bastante conturbada, desrespeitosa e, acima de tudo, muito distante dos posts repletos de energias positivas divulgados pela influenciadora. Brigas extrajudiciais, força policial sendo acionada e muito bate-boca. Interessante ela nunca ter postado isso, não é? Enfim, o resultado de todas essas  revelações foram inúmeros contratos publicitários cancelados e um considerável prejuízo financeiro a bela, recatada e do lar.

O ponto principal agora é avaliarmos, como profissionais de marketing, qual será o papel desse tipo de embaixador às marcas. Será que após esse longo período de isolamento social, as pessoas ainda acreditarão nessas timelines que só vendem felicidade associada a algum produto? Qual é a credibilidade que esse tipo de conteúdo emprestará às marcas? As pessoas ainda se deixarão influenciar por esse tipo de ação?

Se tudo tem um lado positivo, confesso que essa história me deixou bastante aliviado. Não porque eu torça pelo mal das pessoas, mas há tempos tenho tido bastante preguiça desse estilo de vida posado e que projeta um ideal de felicidade a ser copiado. Agora, com algumas máscaras caindo, a máxima que a minha mãe sempre pregou também se aplica às marcas: cuidado com as más influências!

Por: Daniel Aguado – Diretor de Marketing do Poliedro Educação

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/daniel-aguado-1b7b229/

 

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** Imagem: Reprodução da internet

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