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A Quarentena Das Marcas

Daniel Aguado

Certamente, esse será um dos anos mais marcantes e intensos das nossas vidas. Passaremos por profundas transformações na forma como encaramos os nossos relacionamentos, nossas prioridades pessoais e profissionais, bem como, nossos hábitos de consumo. A partir dessas mudanças, as marcas precisarão repensar o papel que terão na vida dos seus consumidores e isso, seguramente, afetará muito o perfil dos profissionais de marketing.

É provável que um ciclo de consumo desenfreado e baseado no status de ‘ter coisas’ esteja se encerrando. Se isso ocorrer, será que apenas as marcas com propósito relevante ou com alguma atuação significativa ao longo dessa pandemia sobreviverão? Haverá espaço para comunicações invasivas e focadas apenas em conversão? Slogans e promessas milagrosas? Vendas sem suporte ao consumidor? As respostas ainda não estão definidas, mas é fundamental que, nós, profissionais de marketing e comunicação estejamos preparados para responder rapidamente a esse novo cenário de mercado.

Assim como toda a população mundial, se a marca que você representa não é essencial para a superação dessa pandemia, minha recomendação é que ela também se recolha em quarentena. Aproveite esse momento para repensar a forma como vinham se posicionando no mercado e, principalmente, quais eram as prioridades da comunicação e da experiência oferecida aos consumidores. É importante incluir nessa reflexão, o tipo de relacionamento que estava sendo construído também com os colaboradores.

Há um excesso de informações ocorrendo e evitar que sua marca seja um ruído nesse processo de comunicação é um papel indispensável dos profissionais de marketing. Assegure que está atuando em algo coerente e que faça sentido num momento tão delicado como esse. Reconheço que há uma tentativa em manter as vendas em um patamar mínimo de sobrevivência dos negócios, mas não corra o risco de gerar uma antipatia por sua marca. Seja assertivo, prestativo e empático. Lembre-se: construir uma boa reputação pode levar muitos anos, mas acabar com uma é bastante rápido. Flexibilidade é o primeiro aprendizado desse processo.

Meu convite é para que as marcas reavaliem suas estratégias, busquem novas alternativas para cativarem seus consumidores e colaboradores, abram amplos espaços para o diálogo com o mercado, reconheçam suas fraquezas e, por fim, estabeleçam conexões realmente fortes com as pessoas. Não se trata de ser uma marca reconhecida e, sim, ser admirada e escolhida. Quando a quarentena terminar, as pessoas irão para as ruas e reestabelecerão seus relacionamentos pessoais. Por isso, se continuar fazendo o marketing que sempre foi feito, há um grande risco de não existir ninguém para ver sua peça de comunicação na televisão, na internet ou nas redes sociais.

Por: Daniel Aguado – Diretor de Marketing do Poliedro Educação

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