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A nova crise de credibilidade do Facebook

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Nos últimos dias, grandes anunciantes globais anunciaram a suspensão dos seus investimentos publicitários nas plataformas do Facebook como uma forma de manifestação, segundo essas empresas, aos poucos esforços realizados pela rede social em banir conteúdos falsos ou inadequados. O boicote publicitário é apenas mais um golpe à credibilidade do Facebook, que tem enfrentado inúmeros problemas institucionais ao longo desses anos.

Por outro lado, a atitude desses grandes anunciantes parece mais uma chantagem comercial do que propriamente uma ação efetiva para aprimorar a moderação dos conteúdos divulgados nas redes sociais. Afinal, em muitos casos, os investimentos foram suspensos no Facebook e não no Instagram, por exemplo. Ambas as plataformas pertencem ao mesmo grupo e compartilham grande parte da inteligência e da tecnologia.

Essa briga parece ir longe e a falta de diálogo tende a prevalecer nesse duelo entre o Facebook e os anunciantes. A dúvida é identificar o que realmente está por trás dessa iniciativa. Afinal, uma das características dessas plataformas de compartilhamento social é assegurar a liberdade individual de expressão, evitar a intervenção em conteúdos produzidos pelos usuários, entre outras coisas.

Além disso, outros meios de comunicação, incluindo os mais tradicionais, também promovem conteúdos inadequados em suas respectivas programações. Recentemente, a Record TV, por exemplo, durante a transmissão de um telejornal ao vivo, anunciou a uma entrevistada que a sua filha havia sido assassinada. Não é um conteúdo bastante inadequado (De mal gosto, com certeza)? A CNN Brasil, em outra situação, expôs de maneira bastante grosseira uma das suas entrevistada, a atriz Regina Duarte. Esqueça a avaliação partidária e avalie apenas o contexto: ela foi convidada para debater um tema e, no meio da conversa, foi pega de surpresa com uma abordagem bastante inesperada por parte do entrevistador. No mundo impresso são incontáveis as vezes em que a revista Isto É foi acionada judicialmente por promover conteúdos sem provas ou manipulados em suas páginas. E, pasmem, nenhum grande anunciante se mobilizou em barrar esse tipo de atitude!

Enfim, banir notícias falsas e conteúdos inadequados é algo que devemos exigir de todos os meios de comunicação. Assim, conseguiremos garantir que os profissionais mais qualificados sejam contratados para produzir pautas, os consumidores sejam mais criteriosos na recepção das mensagens e, por fim, os anunciantes fiquem mais tranquilos em investir seus recursos para a promoção das suas respectivas marcas, produtos ou serviços.

Agora, a oportunidade para fazer algo totalmente novo e, assim, definir um novo patamar de qualidade aos conteúdos gerados está com o time de Facebook. Basta saber se conseguirão utilizar positivamente essa situação!

Por: Daniel Aguado – Diretor de Marketing do Poliedro Educação

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/daniel-aguado-1b7b229/

 

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