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Sai Ford. Entra Tesla?

Sai Ford. Entra Tesla? por Daniel Aguado

O título é uma provocação, mas poderia ser verdade! O fim das fábricas da Ford no Brasil, além do impacto negativo para milhares de trabalhadores e para milhões de consumidores (me incluo nesse grupo), incluí a montadora num comportamento bastante recorrente em diversos segmentos do mercado: as marcas que não acompanham a evolução do mundo, fracassam!

Não é de hoje – e não é apenas no Brasil – que a Ford tem patinado para manter uma boa aceitação e um volume adequado de vendas, mesmo sendo uma das montadoras mais tradicionais do setor. Parte desse problema é a demora da marca em adaptar-se aos novos desejos dos consumidores. Lançou o primeiro SUV compacto brasileiro e ficou para trás em poucos anos. Lançou o primeiro motor turbo compacto e ficou para trás em poucos anos. Implementou o câmbio de dupla embreagem e logo apareceram inúmeros problemas. Assim, a Ford sempre oscilou entre o pioneirismo e a falta de time to market.

Fato é que o setor automobilístico enfrenta uma nova revolução industrial e a pandemia tem pouco a ver com isso. A eletrificação, o compartilhamento, o desinteresse das novas gerações, tudo isso somado levaram a montadora americana a perder rapidamente a sua relevância no segmento. Apostou no seu legado centenário, mas esqueceu de olhar para o futuro. Agora, terá que recomeçar para reconquistar a confiança dos consumidores.

Na contramão do fracasso da Ford, a queridinha do setor – a Tesla – vem expandindo fortemente os seus negócios e se consolidando como uma das maiores fabricantes de veículos do mundo. Pasmem, já é a marca mais valiosa do segmento! Então, qual é a fórmula desse sucesso? Simples: antecipou o futuro. Criou uma nova necessidade de consumo. Despertou aquele consumidor descrente da utilidade de um automóvel. Criou um novo segmento de atuação. Virou um símbolo de status sustentável. Um feito incrível e muito pautado pelo uso extremo da tecnologia.

Possivelmente, nós sentiremos mais falta dos empregos que a Ford gerava em nosso país do que dos produtos oferecidos pela montadora em nosso mercado. Agora, vamos torcer e sonhar para que um dia, quem sabe, a Tesla desembarque em solo brasileiro para eletrificar de vez esse segmento tão insosso!

Por: Daniel Aguado – Diretor de Marketing do Poliedro Educação

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/daniel-aguado-1b7b229/

 

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