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A lapidação de um posicionamento e o surgimento de uma nova marca

A lapidação de um posicionamento e o surgimento de uma nova marca, por Mariana Marchi

Pouco antes de vivermos uma pandemia, tomei uma decisão que dava indícios de que eu embarcaria em algo inédito. Depois de quase 15 anos em empresas multinacionais, cheguei à minha nova casa profissional, uma startup então chamada Acesso Digital, me juntando à CMO Gabriela Onofre. O primeiro desafio foi montar um time de marketing quase do zero. E, a partir disso, contar ao mundo que empresa era essa, qual seu propósito e razão de existir e o que atraía e fazia brilhar tanto os olhos de gente como eu. Tínhamos, portanto, a missão de conduzir um processo de reposicionamento.

O caminho natural seria fazer como tantas vezes eu fiz na minha escola anterior, buscar uma grande agência de branding para conduzir esse projeto. No entanto, entendendo como a empresa funcionava, precisaria fazer diferente. Com a colaboração como um valor muito pulsante, não funcionaria que alguém de fora liderasse esse processo, ele precisaria sair das nossas próprias mãos. Tínhamos que construir, então, algo muito genuíno, que seguisse o mesmo ritmo da startup, que preservasse características fundamentais do nosso negócio e cultura. E precisava ser rápido, afinal estamos falando de uma scale up de tecnologia!

Nós acreditamos na transformação da sociedade via identidade digital, uma sociedade na qual todos possam desfrutar de todos os benefícios de um mundo mais digital sem impedimentos, como ter que ficar provando que você é você a todo o momento. Somos únicos e isso deve bastar.

Partimos para a ousada decisão de conduzir tudo internamente. Chamamos para nos ajudar duas especialistas de mercado, que ficaram imersas no projeto com a gente, e conduzimos tudo com grande envolvimento dos nossos Seres, como chamamos nossos colaboradores. E juntos mergulhamos na história, na cultura e nos valores da empresa que éramos e na da que gostaríamos de ser. Tudo isso dentro de um cronograma de dois meses que culminaria na criação de toda uma narrativa.

Importante dizer que todos os funcionários foram convidados a participar e tivemos um engajamento bastante alto. Ouvidos, em suas percepções, memórias e para entender os motivos que os fazem acordar todos os dias para ir trabalhar. A alta liderança esteve igualmente envolvida, como defendo ser imprescindível em projetos dessa magnitude. Com eles, conseguimos resgatar o início da trajetória da companhia, fundada em 2007, e falar sobre o futuro que almejavam. Para complementar a visão de potencial de mercado, os conselheiros também foram entrevistados.

Chegamos, então, ao nosso posicionamento e cunhamos o termo que melhor define o nosso negócio: IDTech, uma empresa de tecnologia que trabalha pró identidade digital. No meio dessa jornada, percebemos que além de um posicionamento mais claro, precisaríamos de um novo nome. O nosso nome antigo não refletia mais esse momento e onde queremos chegar. Precisávamos de algo mais íntimo, mais simples e fácil de falar, que definisse melhor nosso sonho grande, nos aproximando mais das pessoas.

Um grande evento comunicou internamente o novo posicionamento, a releitura dos valores, o novo nome e identidade visual para Seres surpresos, que mesmo tendo sido parte, não imaginavam qual seria o resultado. Os feedbacks foram unânimes: havia muita clareza a partir dali, do que fazíamos e do que queríamos realizar.

Anunciar essa narrativa tão genuína, a nova marca e nossos direcionamentos recarregou a energia de todos. E, meses mais tarde, aquela marca novinha em folha também se converteu em um farol apontando o caminho seguinte, com foco em crescimento acelerado. O que, mesmo com tanta imprevisibilidade, foi e vem sendo alcançado.

Falando rapidamente um pouco do “tequiniquês” marketeiro, escolhemos um nome que, além de mais sonoro e marcante, reforça a nossa atenção individual para cada cliente e cada pessoa. Ele é escrito todo em minúsculo e tem um dégradé de cores para trazer a ideia de igualdade e diversidade, valores muito presentes em nosso negócio. É uma marca para todos e para cada um. A palavra traz ainda uma identidade internacional, de fácil assimilação em outros idiomas, como o inglês e o espanhol.

Bom, mas a esta altura você já deve estar se perguntando: qual é esse nome? Agora somos unico!

Conto essa história pouco depois de formalizar nosso posicionamento e marca para o mercado e muitos meses depois daquele primeiro briefing, com muita certeza de estar contando uma trajetória única. Ou melhor, o começo da história da unico. Uma empresa que preza por ser simples, transparente e confiável – porque lidamos com dados, o ativo mais precioso das pessoas e não poderíamos ser menos que isso. Uma empresa que olha para uma sociedade digitalizada e para as pessoas com atenção individual, da forma como todas elas devem ser tratadas, de forma única, e como elas devem se relacionar com empresas e serviços, com segurança e sem impedimentos. E que tem consciência de que embora sejamos únicos, somos um em propósito.

Por: Mariana MarchiDiretora de comunicação e branding da unico

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