Sucesso da McLaren ajuda a compreender a renovação da Fórmula 1

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A McLaren, uma das equipes mais vitoriosas da história da Fórmula 1, marcou presença no Cannes Lions com o trio formado por Zak Brown (CEO), Lou McEwen (CMO) e o piloto Oscar Piastri. Em um mergulho no universo do marketing da escuderia britânica, Zak Brown mostrou ao público como a equipe se tornou um case de transformação de marca que desafia os limites entre esporte, conteúdo e comunidade global.

O painel teve como título “Fórmula da Vitória: Lições dos Campeões Mundiais de F1 de 2024”. Na apresentação, Brown abordou o desafio histórico da busca incansável pela excelência em um esporte onde um milissegundo pode ser a diferença entre a glória e a derrota. A equipe celebrou a conquista do Campeonato de Construtores de F1 de 2024, quebrando um jejum de 26 anos, e lidera em 2025 tanto na competição entre pilotos quanto na dos construtores. “A equipe provou que resiliência, trabalho em equipe e adaptabilidade são os pilares do desempenho máximo”, afirmou o CEO da montadora.

A Fórmula 1 atravessa um momento de renovação, com mais de 827 milhões de fãs globais, dos quais um terço se engajou nos últimos quatro anos. Essa expansão se deve, em parte, à habilidade de equipes como a McLaren de se comunicar para além do ambiente das corridas. Zak Brown creditou à Liberty Media e ao sucesso da série Drive to Survive, da Netflix, essa revolução. “Antigamente, não compartilhávamos nossas narrativas. Hoje, elas são o que nos conecta com o mundo”, resumiu Brown, pontuando o status da F1 como um fenômeno global com demanda por GPs superando a oferta. A CMO Lou McEwen ampliou essa perspectiva: “Atualmente, somos mais do que uma mera equipe de corrida. Somos uma marca que exige ser vista, sentida e amada.” Ela enfatizou o papel crucial das mídias sociais, da criação de narrativas envolventes e da humanização dos atletas como pilares dessa transformação.

Oscar Piastri, o jovem talento australiano, exemplifica essa sinergia entre performance e presença digital. Ele descreveu a evolução de seu relacionamento com os fãs: “É por vezes peculiar a quantidade de informações que as pessoas têm sobre mim apenas por me seguirem nas redes… Mas isso também me fortalece”, afirmou Piastri, reconhecendo o apoio crescente. McEwen ressaltou que ter pilotos como Piastri e Lando Norris, que se conectam autenticamente com a nova audiência da F1, é um “ativo inestimável para o marketing”, perfeitamente alinhado com os valores de humildade da McLaren.

Para sustentar esse engajamento, a McLaren conta com uma infraestrutura robusta. Em um único fim de semana, um carro da equipe gera 1,5 terabyte de dados — o equivalente a uma vasta biblioteca de informações. E mais de 80% do carro é modificado ao longo do ano. A equipe emprega inteligência artificial para prever cenários de corrida, otimizar a performance e até extrair insights para a criação de conteúdo e ativações com parceiros. Contudo, mesmo com 50 milhões de simulações por fim de semana, Zak Brown fez questão de sublinhar a essência humana da F1: “Nada substitui a intuição do piloto. Os dados são auxiliares — mas a alma ainda é indispensável.” Oscar Piastri reiterou que, apesar da análise intensiva de telemetria e do trabalho em simulador com engenheiros, seu foco primordial reside na pilotagem e nos mínimos detalhes de cada curva.

Os parceiros são fundamentais nesse momento de transformação. A McLaren não enxerga seus patrocinadores como meros anunciantes. Gigantes como Google, Cisco, Dell e Hilton são partes integrantes da operação — desde a tecnologia embarcada nos carros até a concepção de experiências imersivas para os fãs. “Eles não estão apenas de carona. Eles estão no comando conosco”, provocou Lou McEwen, evidenciando a profunda colaboração. Essa abordagem estratégica se estende a marcas de consumo como Mastercard e Jack Daniel’s, que ampliam a conexão da equipe com um público diversificado.

Brown afirma que o futuro da McLaren já está em construção de forma ambiciosa. Com planos de ativações como o McLaren Racing London Live, que transformará a Trafalgar Square (ponto central de Londres), o objetivo é claro: “Apenas 1% da base global tem a chance de assistir a uma corrida ao vivo. Compete à McLaren — e às marcas parceiras — tornar a experiência digital tão vibrante quanto a largada na pista”, explicou McEwen. A equipe também direciona esforços para a diversidade de públicos e a preparação para as novas regulamentações de 2026, que introduzirão carros inteiramente novos.

Zak Brown está otimista com as novidades para a temporada de 2026 — um novo carro, novas regras, tecnologias avançadas e um novo centro de hospitalidade. O executivo também confirmou a participação na IndyCar e o retorno a Le Mans em 2027, com o ambicioso objetivo de reconquistar a Tríplice Coroa (Mônaco, Le Mans, Indianápolis). A mensagem é nítida: a McLaren está reassumindo seu lugar de prestígio, redefinindo o sucesso tanto nas pistas quanto na criação de uma comunidade global fervorosa.

A cobertura do Marcas pelo Mundo no Cannes Lions 2025 é patrocinada por Lew’Lara/TBWA, Artplan, JNTO, Central de Outdoor e Vox Haus.

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