A Ford Brasil, após anunciar a ampliação do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, com sede na Bahia, detalhou o papel estratégico do Centro de Tatuí, no interior paulista, como parte vital do seu ecossistema de inovação no país. Criado há mais de 40 anos, o Centro em Tatuí possui pistas e laboratórios que atendem a padrões e exigências mundiais.
Nessa nova fase, a operação passa a adotar um nível superior de digitalização, que é fundamental para o desenvolvimento de veículos conectados, elétricos e autônomos, incluindo a instalação de antena 5G e sensoreamento das pistas para comunicação com os sistemas de direção autônoma. Essa mudança se reflete também no novo nome da unidade, Centro de Desenvolvimento e Tecnologia de Tatuí, que até então era conhecida como Campo de Provas.
“A Ford é a única empresa da América Latina a contar com uma estrutura completa para desenvolvimento e testes automotivos integrada a um time de engenharia local com capacidade para desenvolver veículos globais”, diz Alex Machado, diretor de Desenvolvimento da Ford América do Sul. Os profissionais do Centro de Tatuí atuam no desenvolvimento, testes, validações e homologações dos modelos do portfólio atual, tanto para o Brasil quanto para a América do Sul, além de participar de projetos globais, incluindo tecnologias da mobilidade do futuro que ainda chegarão às ruas.
Aliando infraestrutura de ponta ao capital humano qualificado, a Ford, que tem como um dos pilares do seu modelo de negócio o desenvolvimento de tecnologia e inteligência automotiva, identificou uma oportunidade de negócio e expandiu a atuação da unidade, que iniciou a prestação de serviços para outras empresas, tanto da área automotiva como de outros setores, o que diferencia o papel do Centro de Tatuí dos demais centros de testes presentes na região.
“Estamos provando que investir em desenvolvimento de tecnologia e inteligência automotiva é um negócio rentável, mas que requer uma estrutura de desenvolvimento e testes com profissionais altamente capacitados. Por isso, Tatuí representa um diferencial competitivo e estratégico para a Ford no Brasil e no mundo”, diz Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul. Com a recente expansão, a área de desenvolvimento do produto da Ford no Brasil conta, hoje, com um time de 1.500 profissionais e tem a expectativa de gerar uma receita de R$ 500 milhões em 2022 com a exportação de serviços de engenharia para mercados globais.
O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia de Tatuí, um dos sete da Ford no mundo, possui estrutura de padrão mundial, que permite testar veículos para o Brasil e também para outras regiões, como Estados Unidos, China e Europa, reproduzindo as condições e os desafios desses locais a partir da correlação de pistas. O Centro ocupa uma área total de 4,66 milhões de m², dos quais 3,63 milhões de m² são de áreas verdes preservadas, com árvores nativas e mais de 360 espécies de animais. Seus 40 km de pistas de terra e 20 km de pistas pavimentadas incluem áreas de alta e baixa velocidade com diferentes tipos de piso e traçados, como areia, cascalho, pedras e lama, além de lombadas, obstáculos, tanque de transposição de água e rampas com até 40º de inclinação.
O local está preparado para realizar mais de 440 tipos de testes, como avaliação de durabilidade, calibração, desempenho e segurança, além de homologação. Desde o início das atividades, mais de 250 milhões de quilômetros já foram rodados nas suas pistas, o equivalente a mais de seis voltas ao redor da Terra. Os laboratórios de emissões, desmontagem e análise de peças (Teardown), dinamômetro de motores, vibroacústico e simulador de estradas para avaliação de suspensão (4Poster) são equipados para realizar mais de 400 testes, atendendo a legislações e normas nacionais e regionais. Há também as áreas de suporte, com garagem experimental, montagem de protótipos, almoxarifado e posto de combustível, além de carregadores para veículos elétricos, incluindo um ultrarrápido de até 60 kW CC e 43 kW CA.
Mais do que produtos e tecnologias, o Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford em Tatuí investe nas pessoas, formando talentos locais que ajudam a fazer da engenharia brasileira uma das mais competitivas do mundo. “O capital humano é raro e extremamente valorizado atualmente. Mesmo com o avanço da tecnologia e das simulações virtuais, os testes em pista e a sensibilidade dos pilotos ainda são essenciais para o ajuste fino e a validação dos veículos”, explica Alex Machado. “Essa combinação é a base do chamado DNA Ford de Engenharia, que garante o padrão de desempenho e a qualidade dos nossos veículos.”
“Segurança, versatilidade e confidencialidade são palavras-chaves que resumem o papel de Tatuí. Aqui, realizamos um trabalho minucioso, personalizado e investigativo, que exige muita precisão e treinamento. Esse conhecimento é utilizado inclusive no pós-venda, para a melhoria contínua dos veículos que já estão circulando nas ruas”, destaca Marinna Silva, gerente do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford em Tatuí. “Nosso objetivo é entregar um portfólio empolgante de veículos inteligentes para consumidores conectados, tanto no presente quanto no futuro.”
A Ford anunciou ainda investimentos globais em eletrificação de US$ 50 bilhões até 2026 e projeta que 50% das suas vendas sejam de veículos elétricos até 2030. Ao mesmo tempo, desenvolve uma série de iniciativas para garantir o suprimento de baterias e matérias-primas, com uma meta de produção global de mais de 2 milhões de veículos elétricos por ano até 2026.
Tanto o Mach-E quanto a E-Transit são sucessos globais de vendas. Na América do Norte, eles ajudaram a Ford a crescer o triplo do segmento de veículos elétricos em julho e a E-Transit é dona de 95% das vendas de vans elétricas. “Esses modelos estão sendo testados aqui em Tatuí, no Brasil, com o objetivo de avaliar o seu comportamento na região da América do Sul e relação com as características dos nossos consumidores”, diz Rogelio Golfarb.
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