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Dia Internacional da Síndrome de Down: Instituto Jô Clemente reforça luta pela inclusão profissional

Síndrome de Down - Ariel Josef Goldenberg

21 de Março é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down e para marcar a data, o Instituto Jô Clemente, antiga APAE DE SÃO PAULO, realiza uma campanha digital para conscientizar a sociedade a respeito da importância de se abrir vagas nas empresas para pessoas com síndrome de Down.

A comunicação traz histórias de pessoas que se destacaram e conquistaram espaço no mercado de trabalho, como o Gabriel Bernardes, criador da empresa de brigadeiros gourmet Downlícia, que hoje participa de diversos eventos vendendo seus produtos, e Ariel Goldenberg, que é ator de TV e cinema e ganhou fama em 2013, quando protagonizou o filme ‘Colegas’.

O projeto foi assinado pela agência Plena Conteúdo e as fotos usadas junto aos textos com as histórias dos jovens foram feitas por Maria Cecilia Rufini, Ana Paula Faverão e André Miranda. Todo o trabalho é voluntário.

“Nós entendemos que está havendo uma conscientização maior em relação à necessidade de as empresas contratarem pessoas com deficiência intelectual, o que é bom, mas ainda vemos um número muito grande de companhias que não cumprem a Lei de Cotas — que obriga empresas com cem ou mais funcionários a destinarem de 2% a 5% de suas vagas para pessoas com deficiência –. Se todas cumprissem, haveria muito mais jovens, tanto com a síndrome de Down, quanto com deficiência intelectual, no mercado de trabalho”, diz Victor Martinez, supervisor do Serviço de Inclusão Profissional do Instituto Jô Clemente. Dados do Ministério da Economia, mostram que ainda há cerca de 400 mil vagas para pessoas com deficiência disponíveis nas empresas, “que poderiam ser preenchidas também por profissionais com deficiência intelectual ou síndrome de Down”, comenta.

No cenário da inclusão profissional no país, que diz respeito aos jovens e adultos com deficiência acima de 18 anos, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2018, a pessoa com deficiência intelectual é o grupo menos incluído, representando apenas 18% das inclusões, enquanto as pessoas com deficiência física, por exemplo, representam 47%. Segundo Martinez, um dos pontos que, em muitos casos, é um empecilho para a contratação desses jovens é a “infantilização que se faz, ou seja, ainda vemos pessoas que acham que quem tem a síndrome não amadurece, o que é um equívoco”, finaliza.

Para o doutor Caio Bruzaca, geneticista do Ambulatório de Diagnósticos do Instituto Jô Clemente, “ainda vemos muitas pessoas que acreditam que a síndrome de Down seja uma doença e que ela incapacita a pessoa, um mito que precisa ser quebrado. Precisamos tirar esse estigma da sociedade”. Segundo ele, a diferença dessas pessoas para as demais é apenas um cromossomo a mais no par 21, “por isso que chamamos de trissomia 21, mas isso não é motivo para deixar de inserir essa pessoa na sociedade. Eles são capazes”, explica.

O especialista comenta que para cada 700 a 800 nascidos vivos no mundo, um tem síndrome de Down. “Esses são números de organizações da área da saúde de diversos países. Para se ter uma ideia, estima-se que há de 270 a 300 mil pessoas com essa condição no Brasil, o que mostra que há muito o que se fazer para incluir essas pessoas em todas as esferas sociais”, diz.

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