Cannes Lions 2025 – Design como estratégia e o frio na barriga que a IA não substitui

Cannes Lions 2025 - Design como estratégia e o frio na barriga que a IA não substitui. Dilma Campos entrevista Peter de Albuquerque
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Durante a cobertura especial do Cannes Lions 2025, o Marcas pelo Mundo recebeu como convidado Peter de Albuquerque, Head of Business Strategy do KES – Knowledge Exchance Sessions. A entrevista foi conduzida por Dilma Campos, apresentadora convidada, que explorou os pensamentos de Peter sobre design, comunicação e as transformações no cenário da criatividade global.

Peter iniciou a conversa refletindo sobre a sua trajetória, marcada pelo design de comunicação visual. Para ele, o design não se resume ao estético, ao gráfico ou ao que provoca emoção imediata, mas é, sobretudo, uma lente para observar o passado e compreender como demandas são construídas e oportunidades de negócio surgem. Essa visão crítica, afirmou, o levou a enxergar o design não apenas como resultado, mas como processo estratégico para questionar e construir o mercado.

O KES é uma plataforma voltada para a inovação e o intercâmbio de conhecimento entre executivos e líderes globais. O KES se posiciona como um espaço de conteúdo direcionado à transformação da cadeia decisória da indústria criativa. Ao influenciar a mentalidade de diretores e C-levels, a iniciativa busca acelerar mudanças reais na forma como as empresas operam e se relacionam com o mundo.

Em sua participação no Cannes Lions, Peter destacou o festival como um um “Réveillon da criatividade”, nas suas palavras. Para ele, estar presente em Cannes significa refletir sobre o presente com olhos no futuro. É um espelho do mercado global que revela para onde as tendências culturais e criativas estão caminhando, independentemente de gostos ou julgamentos pessoais.

Após três anos sem participar do festival, Peter afirmou que deseja absorver a experiência de forma mais completa. Ele mencionou a importância de acompanhar eventos internacionais, como o próprio Cannes Lions, o SXSW, Rio2C entre outros, como forma de se manter conectado ao que há de mais pulsante na indústria.

Questionado sobre as primeiras impressões desta edição do festival Cannes Lions, Peter compartilhou dois insights. A primeira diz respeito ao fortalecimento das narrativas regionais. Com o Brasil como país do ano, há uma nova valorização de metodologias locais e de uma autoimagem mais potente. Para ele, o regional ganha autoridade sobre si e passa a contar suas histórias a partir de seus próprios códigos, com orgulho de sua singularidade.

A segunda tendência destacada por Peter é o papel da inteligência artificial na comunicação. Após discussões sobre diversidade, inclusão, saúde mental e inovação, agora é a vez da IA ocupar o centro das conversas, não como um tema genérico, mas como estrutura de base para inovação. A preocupação, no entanto, está em como se diferenciar em um debate já saturado. Para Peter, é preciso ir além do óbvio e tratar a IA como parte da arquitetura estratégica das marcas, sem deixar de lembrar que certas experiências humanas, como o frio na barriga, são inimitáveis por qualquer sistema artificial.

Diante da velocidade das mudanças tecnológicas e culturais, o frio na barriga é sinal de que ainda somos guiados por algo que nenhuma máquina pode replicar: a nossa humanidade.

Assista!

A cobertura do Marcas pelo Mundo tem o patrocínio de Lew’Lara/TBWA, Artplan, JNTO, Central de Outdoor e Vox Haus.

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