Devido à pandemia do coronavírus durante 2020 e que continuará em 2021, vimos como o comportamento e padrões de gastos das empresas e dos profissionais mudaram. As estratégias de marketing foram repensadas, o social media além de engajar agora tem que dar resultado em vendas e isso é visível quando a empresa começa a mensurar os resultados de uma forma efetiva. Com a pandemia, alguns modelos foram acelerados, como varejo on-line, clique e retire, varejo sem atrito e comércio D2C, mudando a forma como as empresas se posicionam para atender às necessidades dos consumidores. Hoje uma estratégia de conteúdo deve ter como um dos princípios básicos a geração de leads para criação de relacionamento.
Estamos na terceira onda da internet, um estágio onde a realidade virtual (VR), realidade aumentada (AR) e inteligência artificial (AI) já fazem parte de todos (ou quase todos) os aspectos de nossas vidas. Com essas ferramentas, as marcas podem ir além das telas: podem experimentar novos formatos e aumentar a sua criatividade. Filtros de aplicativos de celular têm se tornado cada vez mais populares para mudar fotografias e selfies, com isso, o uso da realidade aumentada deve ter um aumento expressivo de popularidade. Vários varejistas já estão adotando a tecnologia para criar recursos virtuais no lugar de prateleiras de lojas físicas e provadores e, ao que tudo indica, além de ser usada para marketing de produtos e ferramenta de divulgação, a principal tendência é que seu crescimento seja no e-commerce, onde por meio da tecnologia será possível provar e experimentar produtos sem sair de casa. Porém, como toda nova tecnologia, para usar o recurso ainda é necessário um investimento grande no desenvolvimento dos protótipos. Outro fato que indica o crescimento da realidade aumentada é a tecnologia 5G que, em breve, deve revolucionar sustentavelmente a forma que nos conectamos com o avanço das Internet das coisas (IoT). O 5G pode oferecer aos cidadãos uma internet incrivelmente rápida que não depende de cabos. Já na área de Inteligência Artificial (AI), podemos esperar um avanço significativo na aplicação da tecnologia sendo usada para melhorar fluxos de trabalho e jornada de compra, personalização e hiperpersonalização. No marketing, a automação deve ir além de colocar o nome da pessoa para qual a mensagem é dirigida, é possível que à medida que a inteligência artificial avança, algumas empresas, como agências de conteúdo, sejam afetadas adversamente.
Muito se fala que um dos caminhos para o futuro das redes sociais é o entretenimento, porém, muitas marcas têm dificuldades na criação de um conteúdo que seja realmente atrativo. Uma solução extremamente viável é se aliar a produtores de conteúdos que já fazem isso naturalmente. Afinal, pessoas reais se conectam com histórias reais, e nada melhor que trabalhar com grandes formadores de opinião para levar entretenimento aos consumidores que estão cada vez mais exigentes e buscando conexões verdadeiras. Assegurar a atenção de um público em um mundo que não se aquieta e com abundância de informação, vai ser uma tarefa cada vez mais complexa, e só as conexões verdadeiras poderão dar o alicerce para relacionamentos genuínos, que constroem relações inspiradoras e legítimas. Neste contexto, o uso do storytelling em produções de filmes inteligentes já é o principal diferencial das grandes marcas. Investir nesta área é mais do que importante, se tornou imprescindível. O Spotify Studio lançado em 2020 promete fazer com que os podcasts, ganhem sua versão em vídeo. Além disso, o Studio Ads, também lançado pela empresa, permite que as marcas planejem seus anúncios. O mundo dos games promete um forte aquecimento. Um exemplo é o Fortnite, que já realizou uma infinidade de ações como a inclusão de personagens da DC Comics.
O uso dos dados capturados no universo digital e a criação de mensagens segmentadas de acordo com características pessoais do usuário já é bastante utilizado em vários mercados, agora, é hora desses mesmos dados serem usados não somente pela equipe de marketing mais por toda organização. Eles constituem uma forma mais estratégica para desenhar novos produtos, serviços, soluções e colocar o cliente realmente no centro de toda operação.
Transformar a vida das pessoas para melhor por meio de ações empresariais está cada vez mais em alta no mercado. Abraçar a diversidade é um desafio para marcas, cujo público demanda uma postura mais autêntica e ações de longo prazo. A invisibilidade social aconteceu durante muito tempo, quando um grupo ocupa posições menos valorizadas ou não ocupa posições reconhecidas pela sociedade devido à indiferença ou ao preconceito social e racial. Esse fenômeno atinge todas as pessoas que, de alguma forma, encontram-se à margem da sociedade. Tal invisibilidade pode ser religiosa, econômica, racial, sexual, etária, entre outras. Certamente acelerada pelo confinamento devido à pandemia do novo coronavírus, os valores e percepção dos consumidores sobre uma marca estão em constante mudança. Se a organização decidir apoiar uma causa e não demonstrar a mesma intenção com atitudes, nem comece. Assim, caso queira investir em uma campanha que apoie a causa LGBT, garanta que seus colaboradores defendam a mesma ideia, dê vagas a homossexuais, trate bem seus clientes gays. Somente assim a campanha será efetiva. O mesmo vale para qualquer tema. A diversidade e, sobretudo, a inclusão deve ser um propósito que inspira e dá orientação prática e motiva ações dentro das empresas. Um propósito real, verdadeiro e palpável e isso se torna visível para o consumidor.
Os assistentes virtuais como Alexa e Siri, assim como a pesquisa por voz, é algo a se ter em conta neste ano de 2021, já que cada vez mais pesquisas por voz estão sendo feitas, e a forma como as fazemos está muito longe de como escrevemos nossas consultas nos diferentes motores de busca. Temos que levar em consideração que tudo pode ser usado para reforçar nossa comunicação digital e está chegando a hora das marcas começarem a produzir conteúdos para essas plataformas.
O Twitch, uma plataforma de streaming que apareceu em 2011 e atualmente é propriedade da Amazon, já vem sendo usado pela comunidade de jogadores com uma presença residual, mas, como o mundo dos videogames e eSports ganhou público, acabou atingindo mais setores da sociedade. Esta rede social ainda é muito nova para muitas empresas, ao contrário do Facebook ou Instagram, onde é muito habitual ver publicidade de marca. Outra grande aposta para 2021 é a rede social chinesa TikTok que também começou a adicionar novos recursos como “Compre agora” e está desenvolvendo ferramentas para mensuração de investimentos dentro da rede social e já conta com escritórios em várias partes do mundo capazes de desenhar estratégias sólidas para as marcas. Já o WhatsApp promete se consolidar como importante ferramenta de venda, principalmente para pequenas empresas.
A novidade em termos de plataformas sociais fica por conta do Shoploop, um novo aplicativo de vídeo que chega para concorrer com o TikTok, mas tem um foco mais comercial que pode beneficiar muito o comércio eletrônico. Este novo projeto surge da Área 120, um departamento do Google dedicado à inovação. Por enquanto, o Shoploop ainda está em fase experimental. Outra novidade, também do Google, que promete chamar a atenção em 2021 é o Kormo Jobs: o LinkedIn da Ásia, a nova ferramenta profissional do Google, já está disponível na Índia e em breve promete ser o novo site para conectar profissionais ao redor do mundo.
Nos últimos meses, com a valorização do marketing digital, a publicidade nativa e a publicidade programática vêm juntando forças e, hoje, devem trabalhar de mãos dadas. Ter uma equipe que seja bem dirigida por um gestor que tenha uma grande experiência global e uma visão holística é fundamental para conduzir toda a estrutura digital. Muitas organizações foram eficazes na implementação rápida de mudanças significativas durante a Covid-19. Com isso, os líderes perceberam o nível na capacidade de entregas de suas equipes e revisaram para cima expectativas sobre produtividade. Ter uma equipe que seja alinhada e que entregue os projetos nos prazos já não é o bastante em meio a esse cenário, é preciso inovar e ser disruptivo. Ser capaz de fazer com que a equipe de social media e conteúdo se eleve a um patamar maior para assessorar a tomada de decisões importantes dos profissionais de marketing. As respostas do passado nem sempre vão servir para esse momento novo, e todos sabemos que “Morrer é ficar parado”. Se em um momento de crise você reduz esforços ou não faz nada, você está morto também. Focar na melhoria contínua e na educação da equipe é de extrema importância, pois todo o tempo surgem novas ferramentas e metodologias. Por exemplo, em 2021 as equipes digitais devem criar estratégias para o Bing y Yahoo! como alternativa a Google, pensar em publicidade programática em wearables, como os populares smartwatches, e isso tudo deve estar alinhado de forma estratégica com o merchandising na televisão.