A 34ª Convenção Nacional da Central de Outdoor, realizada no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 21 de Março, recebeu um dos principais nomes do mercado global de Out of Home (OOH), Tom Goddard. Presidente da World Out of Home Organization (WOO) e Chairman do OOH Capital, o executivo compartilhou sua perspectiva sobre o estado atual do setor e os desafios que permeiam a indústria, com a palestra “Levando o OOH a novos patamares”.
Ao abrir sua conferência, Goddard expressou sua felicidade em retornar ao Brasil e agradeceu a oportunidade concedida pela Central de Outdoor, presidida por Halisson Pontarolla, com direção executiva de Fabi Soriano. O executivo relembrou sua última participação em um evento no país, há quatro anos, no congresso da associação realizado em Maceió.
Com uma carreira consolidada no setor, Goddard atuou em empresas líderes de OOH, como CBS International e Ocean Outdoor. Atualmente, divide sua atuação entre a liderança da WOO e a direção do OOH Capital, painel consultivo internacional especializado no mercado. Ele ressaltou que a organização conta com 13 consultores sêniors espalhados pela Ásia, Europa e Américas.
A força do OOH no Brasil e no mundo
Representando a WOO, Goddard reforçou a importância da organização sem fins lucrativos, que tem como missão promover e expandir o Out of Home globalmente. Atualmente, a entidade conta com mais de 250 membros, em 125 países, incluindo grandes operadoras da região, como a ALOOH e a própria Central de Outdoor.
Um dos pontos centrais abordados na palestra foi a discussão sobre os desafios-chave da indústria: colaboração e networking; mensuração e dados; sustentabilidade e conectividade, com destaque para networking e dados. De acordo com as informações apresentadas pelo executivo, o OOH é um mercado global de US$ 4,5 bilhões globalmente por ano, com a região da Ásia e Pacífico liderando os investimentos, duas vezes maior que África, Oriente Médio e as Américas. O Brasil se destaca por ficar entre os 10 principais mercados do mundo e, atualmente, ocupa a 7ª posição no ranking global, com previsão de avanço para o Top 5 nos próximos anos. No país, o segmento movimenta cerca de US$ 1,5 bilhão e tem uma forte trajetória de crescimento.
Outro dado relevante é o avanço do digital no OOH. Hoje, esse formato representa quase 40% de toda a receita global do setor e a projeção é que alcance 50% até 2027. No Brasil, o crescimento do digital é ainda mais expressivo, girando em torno de 50%.
Concorrência ou aliança?
Em um dos momentos mais instigantes da palestra, Tom Goddard questionou os presentes: “Vocês pensam uns nos outros como concorrentes ou como aliados?”. Ele destacou que, embora a competição por novas oportunidades seja essencial no nível local, é fundamental que o setor atue de maneira colaborativa para ampliar sua relevância frente a outras mídias. “Os anunciantes destinam 10% do orçamento total de mídia ao OOH. E o resto dos 90%?. O setor não deveria estar trabalhando junto para conquistar uma fatia maior desse investimento?”, questionou.
Goddard defendeu a importância de entidades comerciais fortes, como a Central de Outdoor, para impulsionar essa união. Ele alertou que os verdadeiros concorrentes do OOH não estão dentro da própria indústria. Segundo ele, mercados que operam com uma única associação comercial bem estruturada conseguem estabelecer um ambiente mais favorável para o desenvolvimento do setor. Ele salientou que o Brasil precisa melhorar alguns pontos, como a mensuração da audiência para que fique mais padronizada e a sustentabilidade.
O profissional também abordou a importância da autorregulação para os negócios. “Quando falamos sobre a autorregulação e como podemos observar essa área, é um fator extremamente importante. Nós temos uma expressão em inglês que diz o seguinte: ‘A prevenção é melhor do que a cura’. Então, se você é autorregulado, isso interrompe problemas e outras questões que são importantes para a regulação. É muito importante que tenhamos essas políticas de autorregulação.”
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