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Cannes Lions 2023 – Spike Lee recebe prêmio de Creative Maker of the Year

Cannes Lions 2023 - Spike Lee recebe prêmio de Creative Maker of the Year

Cineasta foi entrevistado pelo escritor, produtor e editor Barry Brown no último dia da programação de palestras, antes da cerimônia de premiação como “realizador criativo do ano”

A lendária trajetória de Spike Lee, tanto no cinema quanto na direção de filmes publicitários, rendeu ao cineasta a honraria de receber do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade o primeiro prêmio como Creative Maker of the Year, criado para homenagear profissionais de todas as áreas que tenham se tornado referência para a comunidade criatividade internacional. Na véspera da cerimônia de premiação, o cineasta foi o ponto alto da programação de seminários num painel em que foi entrevistado por Barry Alexander Brown, escritor, diretor e editor de cinema com quem dividiu as fichas técnicas em filmes como Do the Right Thing, Malcolm X, He Got Game, 25th Hour, Inside Man e BlacKkKlansman , sem contar inúmeras produções publicitárias.

Em tom que lembrava uma conversa descontraídas de amigos, os velhos colegas relembraram o início da carreira do diretor que completa 40 anos, como os bastidores da estreia de Lee como diretor em Ela Quer Tudo, de 1986. Para evitar problemas com a classificação por conta de uma cena explícita, coube a Brown a edição improvisada dos rolos de filme na própria sala de projeção. Além das memórias comuns dos dois. 

Spike Lee lembrou de sua estreia na publicidade dirigindo uma série de filmes para o Air Jordan, tênis da Nike criado especialmente para Michael Jordan, um dos maiores astros da história da NBA e tido por muitos como o maior jogador de basquete da história. Jordan na ocasião dividiu as telas com o próprio Spike Lee, novamente interpretando o personagem Mars Blackmon, de “Ela Quer Tudo”. O sucesso da produção para a Nike, que manteve desde então a parceira com Jordan, abriu o caminho para Lee dirigir outros comerciais para marcas como Levi´s, que o contratou enquanto ainda filmava para a Nike. “Nunca mais faria isso, de interpretar um personagem de meu filme num comercial, mas na época surgiu a oportunidade e fizemos”, contou.

Desde então, o diretor sempre procurou equilibrar a carreira entre projetos independentes com produções comerciais voltado ao público mainstream. “Sempre fiz uma combinação de filmes comerciais, autorais, documentários e produções curtas, mas nunca vídeos musicais”, disse o diretor, se referindo a um conselho que conta ter recebido de Michael Jackson; “Nunca use o termo vídeo musical”. E desde então, Spike Like prefere chamar de curtas todas as produções que traz no currículo com artistas como o próprio Michael Jackson, Prince, Miles Davis e Public Enemy, entre outros. Sobre o seu futuro, o diretor não deu sinais de que pretenda pendurar a claquete tão cedo. “Nada foi planejado, tudo o que fiz foi em função de oportunidades. Não penso em parar num futuro próximo, vou seguir como sempre fiz”, disse.

E é justamente sua paixão por contar histórias que ainda o mantem ativo e relevante na indústria, seja para produções cinematográficas e publicitárias. “Ainda entendo que a produção de filmes, sejam de 30 segundos, 1 minuto, curtas e documentários são formas de contar histórias e conduzir narrativas”, disse. 

Entre as novidades do mercado atual, a inteligência artificial parece longe de encantar Spike. Ao contrário, o diretor demonstrou ceticismo e garantiu não ter interesse em usar a tecnologia em seu trabalho. “Criar máquinas que farão todo tipo de coisa é como brincar de Deus, mas sem termos nenhum controle do processo. E vai chegar um momento em que não poderemos determinar o que é original e o que não. Como ficará tudo se estúdios começarem a fazer roteiros com IA?”, questionou o cineasta raiz.

A cobertura do Festival Cannes Lions 2022 tem o patrocínio de Central de Outdoor, Lew´Lara\TBWA, Artplan e E-Content Lab. Apoio de Motorola, Chilli Beans e LG Gram.

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