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SXSW EDU: Do trauma à redenção, por Cris Freire

SXSW EDU - Do trauma à redenção, por Cris Freire - head de estratégia da 35

A edição do SXSW EDU deste ano foi, em grande parte, sobre o impacto causado pela pandemia na educação e na vida de todos nós, professores, alunos e pais. O evento começou com Oprah Winfrey falando sobre traumas e saúde mental, seguiu apontando para os principais obstáculos e desafios na educação atual e encerrou apresentando possibilidades com a implementação de novas tecnologias e relevância das EdTechs.

O fato é que a pandemia provocou traumas e conflitos que precisam ser reconhecidos e monitorados. Além dos traumas individuais, relacionados ao isolamento e as perdas, a pandemia trouxe também uma grande questão na área de educação: ela escancarou o quanto as instituições de ensino e educadores estão ainda despreparados para mudanças inevitáveis que, já sabíamos há algum tempo, seriam essenciais e irreversíveis.

A pandemia forçou uma revolução na educação e obrigou as instituições de ensino a implementarem de uma vez por todas os processos digitais para a aprendizagem online e remota. O modelo de ensino à distância não é mais uma questão de escolha, mas uma necessidade real. Ao mesmo tempo, fica evidente o despreparo e a falta de conhecimento por parte das instituições e corpo docente. Não basta ter e implementar novas tecnologias para o ensino online, é preciso saber aplicar novas metodologias que sejam compatíveis com o modelo de ensino online. É preciso aperfeiçoamento pedagógico e suporte para o corpo docente.

Com a necessidade de implementação de processos digitais e ensino à distância, ficou ainda mais evidente a necessidade de inclusão digital. Existe um gap muito grande entre as tecnologias existentes e o acesso a estas tecnologias pelos alunos e até mesmo pelas escolas.

Aliás, inclusão foi o assunto da vez durante todo o evento. Não apenas em relação ao acesso digital, mas também inclusão social. É preciso facilitar o acesso ao ensino superior para as pessoas de baixa renda, comunidade negra e as minorias LGBT+. Nesse sentido, as parcerias entre universidades e empresas parecem ser muito bem-vindas.

Podemos não estar ainda 100% preparados para o novo modelo de ensino remoto e digital, mas não há nenhuma dúvida de que ele traz consigo uma série de benefícios, como maior flexibilidade no processo de aprendizagem, possibilidade de personalização no processo de ensino e um maior engajamento dos alunos. E com os benefícios, fica uma certeza: a de que o modelo híbrido de ensino veio mesmo para ficar.

E as EdTechs chegam para mostrar um caminho imenso de possibilidades que ainda estão por vir. E a certeza de que com o uso da tecnologia e da criatividade podemos criar verdadeiras soluções de aprendizagem, onde se valoriza a experiência, o engajamento do aluno e até mesmo a diversão, como mostra o crescente uso de estratégias de gaming em sala de aula.

É justamente esse o caso da Inspirit, EdTech vencedora da competição SXSW EDU deste ano, que oferece modelos e ambientes 3D científicos e interativos, e que está construindo um aplicativo iOS STEM Education VR interativo e gamificado, como uma espécie de união entre Duolingo e Minecraft, permitindo aos alunos aprenderem processos e experimentação.

O SXSW EDU mostrou que, quando o assunto é educação, o futuro é hoje e a hora é agora. Educadores e instituições de ensino precisam se adequar urgentemente à nova realidade e novas tecnologias. Estamos atrasados e precisamos correr, e muito, atrás do tempo perdido.

Por: Cris Freire, Head de Estratégia da 35

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