Artes visuais no marketing: como a estética guia emoções e decisões de consumo

Confira o texto "Artes visuais no marketing: como a estética guia emoções e decisões de consumo", escrito por Bruno Nuciatelli, da Tecnisa.
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Da primeira impressão à fidelização, a linguagem visual não apenas comunica, mas direciona comportamentos, desperta desejos e influencia escolhas de compra. Vivemos na era da imagem. Em um mundo onde somos impactados por milhares de estímulos visuais todos os dias, as marcas que se destacam não são necessariamente as que falam mais alto, mas as que comunicam melhor com o olhar.

As artes visuais no marketing vão muito além da beleza estética. Elas moldam percepções, despertam emoções e influenciam diretamente o comportamento de compra. Uma paleta de cores bem escolhida, um design consistente ou uma fotografia inspiradora podem ser o fator decisivo entre o consumidor passar direto ou clicar para saber mais.

O cérebro humano processa imagens até 60 mil vezes mais rápido que textos. Isso significa que o impacto visual de uma campanha ou produto acontece antes mesmo de o consumidor pensar racionalmente.

No marketing, essa primeira impressão é crucial. Cores, tipografia, proporção e composição podem transmitir modernidade, tradição, acessibilidade ou exclusividade. Uma identidade visual coerente e bem aplicada gera memória e reconhecimento instantâneo, dois pilares fundamentais para conquistar espaço na mente do consumidor.

Ninguém compra apenas um produto. Compra-se um sentimento, uma experiência, um reflexo de quem se deseja ser. As artes visuais despertam emoções que se conectam aos valores e aspirações do público-alvo. Uma fotografia com luz suave pode transmitir aconchego; um grafismo minimalista, sofisticação; uma ilustração vibrante, energia e descontração.

Ao trabalhar de forma intencional esses elementos, as marcas conseguem aproximar seu universo visual dos desejos mais íntimos de seus consumidores.

O design é também um sinal silencioso de qualidade. Um produto com embalagem bem elaborada, um site com layout profissional ou um stand de vendas cuidadosamente ambientado transmitem credibilidade e justificam preços mais altos.

A consistência visual, aquela sensação de que tudo está integrado e “fala a mesma língua”, gera confiança. E confiança é um dos maiores gatilhos de conversão no consumo.

O impacto das artes visuais se espalha por toda a jornada do consumidor, desde a pré-compra (anúncios, redes sociais e campanhas visuais despertam desejo antes mesmo do contato com o produto), passando pela compra (ponto de venda físico ou digital é moldado por cores, layout, iluminação e apresentação, que influenciam diretamente a decisão final) até o pós-compra (embalagens, materiais impressos e comunicações de pós-venda mantêm o encantamento e reforçam a fidelidade à marca).

Um estudo publicado no International Journal of Instructional Cases (2025) reforça esse papel: motivos culturais, psicologia da cor e posicionamento de logo explicam 93,5% da variação na intenção de compra de consumidores na indústria de alimentos e bebidas da China. Essa pesquisa mostra que o visual não apenas acompanha o produto, mas atua como um fator determinante de persuasão na decisão de compra.

No mercado imobiliário, a arquitetura é mais que função, é comunicação estratégica. O design de fachadas, o uso de materiais, a iluminação e até o paisagismo são elementos visuais que posicionam o empreendimento e despertam emoções semelhantes às que uma marca provoca por meio de sua identidade visual.

Assim como em campanhas publicitárias, a arquitetura transmite mensagens. Um projeto com linhas retas e vidro espelhado remete à modernidade e sofisticação, enquanto fachadas com elementos naturais e varandas amplas comunicam bem-estar e conexão com a natureza.

Dentre essas mensagens estão a diferenciação no mercado, na qual prédios icônicos tornam-se marcos urbanos e ajudam a criar storytelling para a venda; coerência entre produto e comunicação: o material publicitário precisa refletir a estética e o conceito arquitetônico do empreendimento; e experiência do cliente, com áreas comuns, lobby, iluminação e mobiliário impactando a percepção de valor e influenciando decisões de compra na visita ao stand ou apartamento decorado.

No marketing imobiliário, a arquitetura é a embalagem do produto. E, tal como em qualquer segmento, uma embalagem que encanta vende mais rápido e com maior valorização.

O apelo visual não é apenas subjetivo, ele gera resultados concretos:

  • Campanhas com imagens otimizadas podem aumentar o CTR em até 42%, segundo análise de mais de 5 000 campanhas de email feita pela plataforma Vero (Vero, 2025);
  • Páginas com design atraente retêm visitantes por mais tempo, ampliando as chances de conversão;
  • Experiências visuais consistentes aumentam a fidelização e reduzem a percepção de risco na compra;
  • Para que as artes visuais gerem impacto real no consumo, é preciso:
  • Alinhar criatividade e objetivo de negócio: estética sem estratégia é arte; estética com estratégia é marketing;
  • Garantir consistência visual em todos os canais e pontos de contato.
  • Adequar o design ao perfil e aos valores do público-alvo;
  • Medir e ajustar: testar variações de criativos e monitorar resultados para evoluir a linguagem visual da marca.

As artes visuais não são apenas a “embalagem” de uma mensagem. Elas são parte da mensagem. No marketing, estética é estratégia, e estratégia é negócio.

No mercado imobiliário, a arquitetura é um dos mais poderosos recursos visuais para transmitir posicionamento e gerar desejo. Marcas e construtoras que alinham estética arquitetônica e comunicação conseguem criar empreendimentos memoráveis e, consequentemente, mais valorizados.

Se a sua empresa deseja conquistar consumidores, comece olhando para como ela está sendo vista. Porque no mercado de hoje, o que é visto, é lembrado. E o que é lembrado, é comprado.

Por Bruno Nuciatelli, head de Marketing e Relacionamento com Clientes na Tecnisa.

Leia mais artigos: https://marcaspelomundo.com.br/categorias/opiniao/

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