No mundo digital de hoje, a atenção se tornou a moeda mais valiosa do marketing. Ela é disputada a cada segundo e só é conquistada quando a mensagem é realmente relevante. A verdadeira atenção acontece quando um anúncio “fala” com o consumidor, quando parece entendê-lo. Essa relevância faz toda a diferença ao longo da jornada de compra.
De acordo com o estudo The Relevance Factor, realizado pelo Google e pela Ipsos, 82% dos consumidores brasileiros querem que as marcas demonstrem que entendem suas necessidades. Isso não é uma tendência passageira, mas o reflexo de um público hiperconectado, seletivo e cada vez mais exigente.
A IA como aliada da personalização
Atender a essas expectativas em escala exige mais do que intuição. É preciso recorrer a tecnologias como machine learning, deep learning e inteligência artificial generativa, capazes de analisar grandes volumes de dados para prever o que os consumidores podem precisar em seguida. Esses dados, que vão desde padrões de navegação até a disponibilidade de produtos, revelam intenções ao longo de jornadas de compra não lineares, permitindo que o marketing seja personalizado em tempo real.
Do retargeting à criatividade dinâmica
Uma tática poderosa é o retargeting dinâmico, que adapta campanhas de acordo com o comportamento de cada indivíduo. Anúncios personalizados podem ser até três vezes mais eficazes, enquanto o custo de aquisição pode cair em até 30%, graças a uma segmentação mais precisa.
Um passo além é a Dynamic Creative Optimization (DCO). Diferente do retargeting simples, o DCO ajusta elementos criativos — imagens, textos, formatos, chamadas para ação — em tempo real. Com a IA aprendendo continuamente a partir de dados atualizados, o anúncio evolui junto com o consumidor, transformando o que poderia parecer ruído em algo mais próximo de uma conversa.
Criatividade ampliada, não substituída
É claro que tecnologia sozinha não garante resultados. Ferramentas como o DCO potencializam, mas não substituem, a criatividade humana. Por trás de cada clique há uma pessoa com desejos, dúvidas e motivações próprias, e apenas quem consegue unir análise de dados com sensibilidade criativa pode realmente se conectar.
O futuro do marketing não será definido por quem possui mais dados, mas por quem sabe transformá-los em histórias relevantes. A IA tem um papel muito importante aqui: não como substituta da imaginação, mas como meio de torná-la mais escalável, precisa e eficaz.
Mais do que eficiência, construa relacionamentos duradouros
A promessa da IA no marketing vai além da eficiência ou da redução de custos. Seu verdadeiro valor está em criar experiências que parecem genuinamente pessoais, mesmo quando entregues em grande escala. As marcas que conseguirem equilibrar inteligência artificial e criatividade humana não apenas conquistarão atenção, mas também construirão relacionamentos duradouros baseados em relevância e confiança.
Por Tiago Cardoso, Diretor Geral da Criteo no Brasil
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