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A Culpa é da Globo

Globo

Caso você seja um profissional de comunicação ou marketing e acredita na afirmação acima, por favor, não leia esse artigo. Certamente, não encontrará eco nessa afirmação fantasiosa.

No entanto, não é de hoje que a TV Globo transita num ambiente contraditório na mente dos consumidores, flutuando entre aqueles que a amam e aqueles que a odeiam. Na verdade, gerar esse tipo de sentimento no consumidor não é algo exclusivo da emissora carioca e, de fato, muitas marcas enfrentam isso há muitos anos. Talvez, a diferença esteja no appeal que envolve a marca Globo e os seus bastidores. Aposto que haters da emissora sonham intimamente em conhecer o PROJAC – Central de Produções da Globo – passeando nos famosos carrinhos de golfe! “Quem nunca!?!”

Por um lado, quando escuto algum profissional dizendo que a Globo manipula a opinião pública, apesar de ainda me chocar com isso, também me faz refletir sobre um outro aspecto muito positivo desse ponto de vista: em 2020, um meio de comunicação ainda pode influenciar o comportamento da sociedade. Acho isso mágico! Afinal, certamente é essa influência – além de um amplo alcance geográfico e milhões de visualizações – que muitos anunciantes buscam para as suas marcas.

De fato, a Globo manipulou fortemente a vida dos brasileiros em vários aspectos: nos viciamos em novelas, aderimos as ‘chuquinhas’ de cabelo da Xuxa, vigiamos a vida de estranhos trancados numa casa, cantamos todos os anos o repertório de Natal do Roberto Carlos, torcemos pelo Carminha e por aí vai. Essa ação é exclusividade da Globo? O cinema, o teatro, o jornal impresso, a literatura e tantas outras expressões artísticas desempenham esse fascinante poder nas pessoas.

Agora, com o isolamento social e os longos períodos de quarentena, nos surpreendemos com inúmeros jornalistas da emissora carioca, no exercício das suas atividades, serem agressivamente atacados por cidadãos comuns. Aonde queremos chegar com esse tipo de ação? Que tipo de sociedade queremos? Afinal, se você não gosta da Globo ou de qualquer outra marca, basta não consumir. É simples demais. Está 100% no controle do consumidor!

Pare e reflita: se você propaga uma notícia falsa por uma rede social ou aplicativo de conversa, sente-se influenciado pelo Facebook, Whatsapp ou outros canais digitais de comunicação por esse seu ato? Perceba, o problema não está no meio que viabiliza o acesso a informação. O problema está no fato dos brasileiros estarem cada vez mais limitados e com pouco discernimento para fazerem uma autorreflexão sobre as mensagens que os impactam. Isso vale para a Globo e deveria valer para qualquer mensagem publicitária que recebemos. Por que você acredita que um gel redutor vai deixar seu abdômen sarado sem qualquer esforço físico e, por outro lado, não consegue acreditar que o novo coronavírus é algo realmente sério e danoso à sua saúde? A segunda mensagem é falsa só porque a Globo noticiou amplamente?

Acredite em mim, a culpa não é da Globo. A culpa é de um sistema de educação precário, falta de leitura, falta de acesso à produtos culturais de qualidade e por aí vai. Por isso, se você quer ser um profissional de marketing melhor, aproveite a quarentena para conhecer o diferente, entender o outro ponto de vista, ter empatia por algo que não lhe parece familiar. Tenho a certeza de que suas campanhas alcançarão níveis melhores de engajamento e resultados. E, no final, seu consumidor poderá amar ou odiar tudo isso. Afinal, a decisão é dele!

 

Por: Daniel Aguado – Diretor de Marketing do Poliedro Educação

LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/daniel-aguado-1b7b229/

 

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