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Artplan foca em inovação e cria spin-offs em diversas categorias

Elisangela Peres e Antonio Fadiga, da Artplan.

Qual foi uma das agências de publicidade brasileira que mais cresceu muito nos últimos anos? O nome dela é Artplan, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e atualmente gerenciada por Antonio Fadiga, sócio e CEO, que conversou com o Marcas pelo Mundo. O executivo contou um pouco da operação, das novidades nas spin-offs do Grupo Dreamers – do qual a agência faz parte – e, claro, muitas curiosidades.

Quando se fala em inovação, o executivo Antonio Fadiga é enfático com relação à vantagem competitiva no mercado: “Não precisamos de mais uma empresa igual. Precisamos entender as dores do marketing. Quais são elas e por que não estão sendo atendidas. E quando juntamos isso, toda a proliferação de canais, maneiras de falar com o consumidor, plataformas, redes, tudo isso nos permitiu caminhar por locais que outras empresas não estavam”, comenta.

A Artplan é a maior agência brasileira com capital 100% nacional e atua como um hub de soluções de comunicação para os clientes. Entre as spin-offs que a agência criou, estão a Convert, A-LAB, Now, 1.2.3.5.8, Next e o Rock in Rio.

Quando a grama de cá é mais verde

Os testes começam dentro de casa, segundo o próprio CEO. Se der certo, aí a agência considera em transformar em uma spin-off.  Esta estratégia faz parte da gestão de Antonio Fadiga. “Acredito que quando damos chance para os nossos colaboradores serem sócios dessas empresas, o comprometimento e engajamento serão maiores”. Todas as unidades que nasceram da Artplan, hoje, são empresas que têm seus próprios clientes e os gestores que começaram toda a operação desde o início são sócios.

A Artplan faz parte do grupo Dreamers, que já conta com 18 empresas e 1.850 colaboradores, sendo que somente na Artplan são cerca de 400 pessoas. E a empresa não para por aí: continua crescendo e promete mais novidades. Houve lançamentos recentes nas áreas de games, de ESG e de influenciadores.

Spin-offs de sucesso

Uma das spin-offs da Artplan é a A-Lab, uma empresa de projetos de conteúdo e redes sociais. Logo que começou a operar, foram alguns clientes da Artplan para lá, mas o marco foi o Itaú, que precisava estar em uma rede social específica, da qual ainda não fazia parte, o Tik Tok. “Depois dessa ação, ganhamos todas as redes do Itaú e de outras empresas do grupo como Mastercard e Iti. Hoje, temos Uber, Burger King, e todos com independência total”, fala.

Para a spin-off específica de games, a Black Dragon, há times e profissionais de e-sports, que já foram campeões mundiais, e influenciadores. Para o CEO, este foi o diferencial, em vez de serem publicitários querendo estruturar uma empresa de games, reuniram experts no negócio e junto com eles montaram uma empresa. “Trago esse aprendizado para dentro da Artplan, para que meus funcionários saibam dialogar com o pessoal dessa área. Se é algo muito específico, fazemos com a Black Dragon, se é algo que é uma consequência de uma campanha, um desdobramento, fazemos na Artplan. E assim tem funcionado muito bem”, sinaliza.

Já a Convert, de digital business, é outra spin-off que, em menos de dois anos, já conquista bons frutos. Para essa nova operação, a Artplan trouxe Glaucia Montanha, que já agregou vários clientes e está performando muito bem. Além do diferencial de ter todos os sócios na operação, como todas as outras spin-offs do Grupo, a nova empresa questiona o funil de awareness, consideração e conversão. Para isso, fazem uma decupagem não só da jornada do cliente, mas das “micro jornadas”. “Começamos a descobrir o que move o consumidor para entrar nas conversas na fase de consideração, antes da conversão”, reflete.

Santo Graal” das spin-offs?

A Artplan lançou este ano também uma unidade de negócios com potencial de virar spin-off, o RoX, uma evolução do Market Mix Modeling. “Como profissional de marketing, antes de trabalhar em agência, eu sempre quis saber onde meu investimento dava mais retorno”. Antonio Fadiga convidou Eduardo Sumi, hoje Head Creative Data do Grupo Dreamers, para um desafio: fazer uma ferramenta viável, mais rápida e mais inteligente, com menor custo para o cliente. Por um ano ele ficou estudando com uma martech, a Uncover, e chegaram na solução.

Por meio de inteligência artificial, a plataforma transforma e unifica todos os dados, constrói modelos que otimizam o orçamento e customiza as visualizações para os diferentes stakeholders. Além disso, a plataforma captura o momento em que cada ação atinge o limite da audiência, indicando, assim, quais os caminhos serão mais rentáveis em campanhas futuras. Isso tudo em um curto espaço de tempo, com menos investimentos.  “Em dois ou três meses, já consigo ter as primeiras leituras a um custo muito melhor do que está aí no mercado. Quando vemos a ciência de dados, a estatística não passiva, mas preditiva, é a conversa que os clientes querem ter”.

Rock in Rio x Artplan

Um dos principais festivais de música do mundo nasceu de uma ativação da Artplan para um cliente da agência. Como estamos em plena semana de Rock in Rio, Fadiga conta uma curiosidade sobre como tudo começou. “O Rock in Rio nasceu de um projeto da agência. Nos anos 80, a Artplan tinha a cervejaria Brahma, que lançaria uma cerveja light na época, para o mercado carioca. Dentro das propostas, uma delas era a ativação com um grande festival internacional de música com bandas que nunca estiveram no país. E assim nasceu o Rock in Rio”, comenta.

Atualmente, o festival recebe cerca de 800 mil pessoas por edição, mas, segundo dados, existem cerca de 80 a 100 milhões de pessoas que querem saber o que está acontecendo por lá. Daí a agência teve a ideia de fazer um bunker.

A primeira vez o bunker da Artplan dentro do RiR contou com cerca de 70 profissionais de conteúdo real time desde criação, mídia, produtora, até influenciadores e redes. Foi feito o monitoramento de todas as redes do evento. Fadiga menciona um caso curioso que mostra a rapidez e a proposta do negócio: quando o ator e cantor do 30 Seconds to Mars, Jared Leto, comeu açaí pela primeira vez no palco, em poucos minutos já estava na rede e todos sabiam deste fato curioso.

Este ano, o bunker da agência no Rock in Rio conta com 300 pessoas e o monitoramento será feito para sete grandes marcas, segundo o CEO. “Hoje, o que elas querem é entrar em conversas de uma maneira natural, orgânica. E cada marca tem a sua agência como a Natura com a Africa, a Heineken com a Publicis, por exemplo, e todos estão lá juntos. E este serviço do bunker que batizamos de Now virou uma outra spin-off da Artplan.

Balanço e integração

Nos últimos meses, foram muitas novidades e spin-offs em diversos segmentos. Até o final do ano, a Artplan deve ter mais uma novidade, em outra área e com parceria internacional. “E, claro com diferencial. Se vem sem, não gostamos”.

Com o posicionamento “Uma só Artplan”, a agência irá unificar os escritórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Atualmente, 14% dos colaboradores da empresa já estão fora do eixo Rio-São Paulo-DF. “Por que falar essa campanha é da Artplan Brasília, da Artplan São Paulo? Primeira coisa que vamos fazer é unificar os bugets. O budget é da Artplan e deve ser um só. Claro que vai ter uma leitura local para fazermos metas, mas o que importa é o tamanho do todo da agência. Além de ser mais inteligente, dá mais segurança para todos. É esse mood que estamos implantando”, finaliza.

 

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