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Um novo lema para pessoas, empresas, marcas e toda humanidade

Luiz Buono

Tudo já foi falado sobre esses tempos de coronavírus. Andei pensando por aqui, e o que distingue esta crise é que ela unifica a humanidade, embora, potencialmente, poderia também dividi-la. Acho que temos que aceitar tudo isso, acolher o que está acontecendo agora e confiar que existe um fluxo mais profundo, uma inteligência mais profunda em ação, que nossa cabeça não consegue compreender. A mente humana reage à energia que cada um coloca nela e, se esta energia for baseada no medo, a mente criará muito pânico e ruído mental, dificultando ainda mais nossa situação .

E tudo que vejo me leva a crer que estamos diante de uma enorme oportunidade para a humanidade. O mundo já estava no caos e em grave desequilíbrio. A humanidade está em uma espécie de ponto de ruptura. Há uma necessidade genuína de mais consciência para as pessoas, empresas e as marcas. Depois de eras vivendo em modelos objetificantes, temos a grande oportunidade de repensarmos e recriarmos os paradigmas de uma nova sociedade.

Até agora, vivemos na era do crescimento a todo custo, competitividade extrema, produtividade acima de tudo, performance e desempenho. A era do “vir a ser” e não a valorização do que “já é”. E onde tudo isso nos levou? Competição, rixas, desníveis sociais, individualidade, ganância e briga pelo poder.

Quem disse que o homem veio ao mundo para essas coisas? É tudo imposto de fora pra dentro. Tudo como resultado de pensamentos oriundos do “levar vantagem”, e não de um mundo voltado ao ser humano, as pessoas.

Reparo que nos dias de hoje, muitos ainda acreditam que são suas personalidades, seu corpo e seus papéis sociais. Acredito no homem acima de tudo como um ser espiritual, que veio ao mundo para encontrar seu eixo interior e viver de acordo com ele, suas potencialidades, seus dons, sua natureza maior onde estão todas as respostas.

Se vivêssemos no paradigma de “dentro pra fora”, tudo aconteceria de acordo com nossas verdades interiores e não verdades impostas pela racionalização, que vem de “fora pra dentro” (sim, até o pensar é um ato exterior).

Imagine um grande movimento coletivo, começando pelas pessoas, de baixo para cima, com as empresas acreditando no ambiente de trabalho como um grande espaço para exercermos nosso lado ligado a nossas habilidades funcionais, e um imenso campo de desenvolvimento humano.

As marcas, como grandes plataformas de disseminação de causas, ações humanitárias, projetos que levariam a venda de produtos pela capacidade de cada marca de apoiar o que realmente importa para o ser humano.

E as pessoas, com um espaço enorme para crescerem em seus dons, trocando a pressão ignorante pelo desafio estimulante de cada um dar o seu melhor para o bem de todos. Repito, uma sociedade para as pessoas, os humanos.

Por exemplo, as tomadas de decisão seriam sentidas, intuídas e não planejadas pela razão (de dentro pra fora). As empresas fariam produtos de acordo com suas vocações e não objetivos de mercado. A Bolsa de Valores valorizaria não quem dá mais lucro, mas quem promove o bem-estar coletivo. As crianças seriam educadas para serem adultos no máximo de suas capacidades inatas e não aqueles que buscam os melhores empregos para ganharem mais dinheiro. As crianças saberiam que “já são”, evitando o eterno “vir a ser”. As universidades focariam na inteligência coletiva, onde o grupo consegue realizar muito mais que o individual. Aliás, o ensino engajaria os alunos pela capacidade de entreter dos orientadores e não por notas individuais. Um monte de coisas.

Enfim, é hora de colocarmos em prática um mundo novo.

E se pra isso acontecer a gente lançasse um novo lema para a humanidade? Utopicamente falando seria como se todos viessem ao mundo com um único objetivo: ajudar o próximo. O mantra seria: “Posso te ajudar?”

As pessoas seriam valorizadas pela ajuda ao próximo. Desde cedo, as crianças seriam educadas nesse lema. As pessoas entenderiam perfeitamente que seu principal papel no mundo é ajudar o outro e só depois pensar no desenvolvimento próprio, o que seria bom porque um dos maiores inimigos do homem, seu próprio ego, seria “tratado” desde a infância. Imaginem o que isso poderia provocar na humanidade?

Enfim, sem me alongar demais, é chegada a hora do novo, de um novo mundo, novos tempos. Do mundo empático e solidário, em prol do homem e da mulher. E isso só pode acontecer de verdade, se cada um fizer sua parte. Aliás, seria o novo renascimento. “Posso te ajudar?”

Por: Luiz Buono, fundador e CEO da agência Fábrica

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