O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions 2025 teve em sua programação a presença da Digital Favela, que protagonizou um painel poderoso sobre criatividade periférica, inovação e representatividade.
A palestra, ministrada por Tiago Trindade, Sócio Fundador e CCO da Digital Favela; Del Nunes, artista e criativo; e Gui Pierre, fundador e CEO da Digital Favela, trouxe ao centro da discussão a força criativa e econômica das comunidades periféricas brasileiras, conectando público global e marcas a uma realidade muitas vezes invisibilizada nos grandes centros de decisão da publicidade.
Em entrevista à Dilma Campos, apresentadora convidada pelo Marcas pelo Mundo, CEO da Nossa Praia, o trio da Digital Favela sobre a estratégia adotada para atrair o público, que foi, em essência, orgânica, uma tática que reflete o jeito “da favela” de fazer: com improviso, adaptação e autenticidade.
A Digital Favela apresentou números robustos sobre o potencial de consumo dessas comunidades. Somente as favelas brasileiras representam 18 milhões de pessoas e movimentam cerca de R$ 220 bilhões por ano em renda. Quando se expande a análise para as periferias em geral, o número ultrapassa R$ 1,3 trilhão em renda anual, considerando que 74% da população brasileira é periférica. Os dados não surpreendem os moradores desses territórios, mas, segundo os palestrantes, ainda provocam espanto em muitas marcas, que seguem ignorando esse gigantesco mercado consumidor.
A palestra enfatizou que a criatividade periférica nasce da urgência, da escassez, da ressignificação e da convivência. É o remix cultural, a estética própria, a inteligência do “corre” cotidiano.
Os executivos comentaram, também, sobre a expansão internacional da Digital Favela. Ao contrário do caminho tradicional de empresas brasileiras que buscam Europa ou Estados Unidos como primeiro destino fora do país, a empresa abriu seu primeiro escritório em Angola, na capital Luanda. A escolha reforça o compromisso com uma conexão direta com outros territórios de maioria negra e periférica, fortalecendo laços culturais e econômicos entre Brasil e África.
No fim da entrevista, Tiago convidou as marcas para fazerem o óbvio. Para ele, é urgente que as empresas estejam presentes onde seus consumidores realmente estão — nas favelas e periferias — e que esse diálogo comece no briefing, não apenas na execução final da campanha. A Digital Favela se posiciona como ponte para essa conversa, oferecendo uma verdadeira imersão em um Brasil real, criativo e pulsante.
Assista:
A cobertura do Marcas pelo Mundo no Cannes Lions 2025 é patrocinada por Lew’Lara/TBWA, Artplan, JNTO, Central de Outdoor e Vox Haus.
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