O mercado de eventos é um dos que mais cresce no Brasil e alcança marcas gigantescas quando falamos sobre a movimentação de capital no País. Segundo a Abrape, o saldo acumulado entre janeiro e junho de 2023 apontou um crescimento de 42,3% comparado ao mesmo período de 2022. Não é à toa que os eventos desempenham um papel importante no fortalecimento das comunidades, proporcionando oportunidades para interação, networking e compartilhamento de experiências.
Contudo, quando falamos sobre o assunto, muitas das vezes, a ênfase somente é colocada na fase do evento em si, negligenciando a importância de manter a comunidade engajada antes, durante e, especialmente, após o evento. Mas qual a relevância do fortalecimento de comunidade ao longo de todo o ciclo do evento, concentrando-nos na manutenção dos clientes para criar relações duradouras?
A fase pré-evento é crucial para criar antecipação e entusiasmo entre os participantes. O fortalecimento da comunidade nesse estágio envolve o estabelecimento de uma plataforma de comunicação eficaz, fóruns online ou aplicativos dedicados. Quando promovemos a interação prévia criamos uma atmosfera de comunidade que transcende os limites físicos do evento. Isso não apenas aumenta a satisfação do participante, mas também estabelece as bases para relacionamentos mais sólidos durante e após o evento.
Nessa fase, o objetivo estratégico é aumentar a venda de ingressos por meio de programas, antecipar comunicações para fãs, criar conteúdos que despertem o FOMO, criar interações que permitam que os membros se sintam parte da construção do evento. A depender do segmento, ainda é possível identificar potenciais clientes de outros produtos da marca e sendo uma comunidade ativa, se torna um argumento de venda para captação de patrocinadores.
A fase do evento é o ponto culminante da interação presencial. No entanto, o fortalecimento da comunidade não termina aqui; ao contrário, atinge seu auge. Facilitar a conexão entre os participantes, seja por meio de atividades de networking estruturadas, painéis de discussão interativos ou simples áreas de convivência, é essencial. Sem contar que quando promovemos a interação entre os membros da comunidade durante o evento criamos laços e tornamos a experiência mais memorável. Além de se tornar um canal de trocas de fotos e feedbacks em tempo real, a comunidade funciona como suporte, onde os membros respondem perguntas e resolvem problemas uns dos outros, o que alivia o time de produção do evento de forma significativa e melhora a satisfação do membro.
Já o pós-evento, que por muitas vezes é negligenciado, é vital para transformar participantes em membros ativos e identificar potenciais embaixadores para a próxima edição. Se torna um recurso adicional para captação de feedbacks e insights valiosos, além de um canal vivo de social listening para a marca. É possível ainda trabalhar na pré-venda de ingressos e manter a sinergia criada durante o evento, incentivando a participação em discussões, fornecendo recursos exclusivos e reconhecendo as contribuições individuais como maneiras eficazes para manter o engajamento pós-evento.
Ao reconhecer a importância de manter clientes antes, durante e após os eventos, as organizações podem construir comunidades mais resilientes e sustentáveis. Investir na construção de relacionamentos a longo prazo não apenas aumenta a satisfação do cliente, mas também fortalece a reputação da marca e impulsiona o crescimento orgânico da comunidade. Além disso, a abordagem para o fortalecimento da comunidade é um investimento valioso no presente e para o futuro.
Por: Jen Medeiros é fundadora da comuh, empresa precursora em oferecer serviços outsourcing de CaaS (Community as a Service). Possui mais de 12 anos de experiência em Criação e Gestão estratégica de comunidades. Além disso, palestra desde 2016 sobre empreendedorismo, inovação, mulheres na tecnologia e gestão de comunidades, como TedX, Startup Summit, CASE, entre outros.